segunda-feira, 3 de abril de 2017

Negociação salarial 2017/2018 - RIO DE JANEIRO


Negociação salarial 2017/2018 - RIO DE JANEIRO
Entenda porque os Vigilantes recusaram a cesta escravidão e o plano da onça

Encerramos no dia 24 de março mais uma negociação salarial.

Certamente esta foi a negociação salarial mais difícil que enfrentamos nos últimos anos, em especial por TRÊS MOTIVOS:

1º. O Estado do Rio de Janeiro está falido. O Rio de Janeiro é o Estado com o maior índice de desemprego e de fechamento de postos de trabalho. 

2º. O governo Temer está arrebentando com os trabalhadores. Pela proposta de reforma previdenciária do governo, os trabalhadores vão morrer trabalhando e não vão se aposentar. Pela proposta de reforma trabalhista o trabalhador vai receber por hora, do tipo, tem serviço recebe, não tem, fica em casa esperando.

3º. A maldita decisão do Ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal que deixou todas as categorias no país sem convenção coletiva no período de negociação. Não assinou Convenção Coletiva na data-base fica sem Convenção.

A situação é tão ruim para os trabalhadores que a primeira proposta dos patrões, SINDESP, entregue em 16 de fevereiro, por ofício foi:
- 0% de reajuste salarial;
- acabar com a hora intinere (postos distantes que não possui linha regular o tempo do transporte tem que ser pago pela empresa)
- redução do intervalo de almoço para 30 minutos;
- fim da multa de 40% do FGTS;
-Cesta básica para quem não tiver falta;
-Excluir o triênio;
-qualquer possível reajuste pago apenas em maio/2017;
- certidão de regularidade sindical que quita débitos anteriores; e
- exclusão da cláusula do programa de assistência familiar para Benefício Social da UPS.

Para piorar a negociação, praticamente todos os Sindicato de Vigilantes no Brasil estavam fechando apenas com o índice da inflação, com raros casos de ganho real. Todas as reuniões os patrões nos jogavam na cara o fato de em outros Estados os Vigilantes estarem ganhando apenas a inflação.

Por fim, depois de resistirmos e com a mobilização do dia 15 de março contra as reformas do Governo Temer que reuniu milhares de trabalhadores na Av. Presidente Vargas conseguimos avançar em propostas e principalmente no reajuste.

Ainda que 5,4% seja pouco para que o Vigilante do Rio de Janeiro mereça, ainda sim foi uma grande vitória. Por quê? A inflação do nosso período foi de 4,69% (INPC medido pelo IBGE) e nós conseguimos 5,4%. Conseguimos o

mesmo para o tíquete refeição, que ficou em R$ 19,71 e ainda conseguimos aumentar o tíquete da escolta para R$ 22,00. 

E não para por aí. Garantimos o descanso para quem sai do plantão e antigamente ia direto para reciclagem, pela nova Convenção o Vigilante tem 11 horas de descanso garantido entre o plantão e a reciclagem. Melhoramos o texto da reciclagem, agora a empresa tem que pagar ANTECIPADAMENTE as despesas com alimentação, transporte e certidões. 

Garantimos uma ajuda de custo para casos de desemprego, doença, falecimento, matrimônio, maternidade e capacitação profissional custeado pelas empresas sem nenhum desconto do trabalhador.

Mantivemos o triênio de todos os trabalhadores atuais, alterando apenas para os contratados a partir de 1 de março, que ao invés do triênio vão receber R$ 12,50 a mais no vale-alimentação todo mês, desde o momento da contratação, não precisando esperar 3 anos para receber o benefício.

E agora o mais importante de tudo, assinamos a Convenção Coletiva e com isso garantimos todos os direitos dos trabalhadores Vigilantes, não deixando desamparada nossa categoria, não deixamos a categoria à mercê dos empresários que poderiam aproveitar a falta da Convenção para explorar ainda mais o trabalhador.

Esclarecendo que a decisão de assinar e aceitar o reajuste de 5,4% e todas as outras propostas foi decidido em assembléia, com auditório lotado em todos os Sindicatos, com ampla divulgação por panfletagem, pelo site e pelas redes sociais. Pois quem decide a negociação salarial é o trabalhador que participa e que vem às Assembléias.

ÚLTIMO ESCLARECIMENTO:

A cesta básica era proposta dos patrões e seria dada apenas para aqueles que não faltassem. O QUE É ABSURDO, POIS NEM FALTAS JUSTIFICADAS SERIAM ACEITAS.
A CESTA BÁSICA É UM PROJETO DOS PATRÕES, PARA OBRIGAR O VIGILANTE A TRABALHAR DOENTE E TAMBÉM QUANDO ESTIVER SEM SALÁRIO;

O plano de saúde seria pago metade pelos Vigilantes e os dependentes seria pago totalmente pelo Vigilante. E PORQUE NÃO ACEITAMOS?

PORQUE TERÍAMOS QUE ACEITAR 2% DE REAJUSTE. OU SEJA, O VIGILANTE PAGARIA DO BOLSO TANTO O PLANO QUANTO A CESTA.

COMO SERIA? O PATRÃO IA TIRAR O REAJUSTE DO PISO E DAR EM CESTA BÁSICA PARA QUEM NÃO FALTASSE E METADE DO PLANO DE SAÚDE.

ENTÃO NAS ASSEMBLÉIAS OS VIGILANTES FIZERAM A CONTA: CESTA E PLANO NÃO ENTRA NO CONTRA-CHEQUE, NÃO INCIDE 30% DE PERICULOSIDADE, NÃO INCIDE NA APOSENTADORIA, NÃO INCIDE NO FGTS, NÃO INCIDE NAS FÉRIAS, NÃO INCIDE NO 13º. DEPOIS DE FAZER AS CONTAS NÃO TEVE UM, NEM MESMO UM VIGILANTE, QUE DEFENDESSE A CESTA ESCRAVIDÃO E O PLANO DA ONÇA.


QUEREMOS SALÁRIO E PLANO DE SAÚDE! NÃO CORRENTES NOS NOSSOS PÉS!

FEDERAÇÃO DOS VIGILANTES DO RJ; SINDVIGRIO; SINDICATO DOS VIGILANTES DE CAMPOS DOS GOYTACAZES E REGIÃO; SINDICATO DOS VIGILANTES DE MACAÉ E REGIÃO; SINDICATO DOS VIGILANTES DE NOVA FRIBURGO E REGIÃO SERRANA; SINDICATO DOS VIGILANTES DE NOVA IGUAÇU; SINDICATO DOS VIGILANTES DE BELFORD ROXO E QUEIMADOS; SINDICATO DOS VIGILANTES DE ANGRA DOS REIS E REGIÃO DA COSTA VERDE; SINDVERJ; SINDVALORES