Negociação salarial 2017/2018
- RIO DE JANEIRO
Encerramos no dia 24 de março
mais uma negociação salarial.
Certamente esta foi a
negociação salarial mais difícil que enfrentamos nos últimos anos, em especial
por TRÊS MOTIVOS:
1º. O Estado do Rio de
Janeiro está falido. O Rio de Janeiro é o Estado com o maior índice de
desemprego e de fechamento de postos de trabalho.
2º. O governo Temer está
arrebentando com os trabalhadores. Pela proposta de
reforma previdenciária do governo, os trabalhadores vão morrer
trabalhando e não vão se aposentar. Pela proposta de reforma trabalhista o
trabalhador vai receber por hora, do tipo, tem serviço recebe, não tem, fica em
casa esperando.
3º. A maldita decisão do
Ministro Gilmar Mendes do Supremo Tribunal Federal que deixou todas as
categorias no país sem convenção coletiva no período de negociação. Não assinou
Convenção Coletiva na data-base fica sem Convenção.
A situação é tão ruim
para os trabalhadores que a primeira proposta dos patrões, SINDESP, entregue em
16 de fevereiro, por ofício foi:
- 0% de reajuste
salarial;
- acabar com a hora
intinere (postos distantes que não possui linha regular o tempo do transporte
tem que ser pago pela empresa)
- redução do intervalo
de almoço para 30 minutos;
- fim da multa de 40% do
FGTS;
-Cesta básica para quem
não tiver falta;
-Excluir o triênio;
-qualquer possível
reajuste pago apenas em maio/2017;
- certidão de
regularidade sindical que quita débitos anteriores; e
- exclusão da cláusula
do programa de assistência familiar para Benefício Social da UPS.
Para piorar a
negociação, praticamente todos os Sindicato de Vigilantes no Brasil estavam
fechando apenas com o índice da inflação, com raros casos de ganho real. Todas
as reuniões os patrões nos jogavam na cara o fato de em outros Estados os
Vigilantes estarem ganhando apenas a inflação.
Por fim, depois de
resistirmos e com a mobilização do dia 15 de março contra as reformas do
Governo Temer que reuniu milhares de trabalhadores na Av. Presidente Vargas
conseguimos avançar em propostas e principalmente no reajuste.
Ainda que 5,4% seja
pouco para que o Vigilante do Rio de Janeiro mereça, ainda sim foi uma grande
vitória. Por quê? A inflação do nosso período foi de 4,69% (INPC medido pelo
IBGE) e nós conseguimos 5,4%. Conseguimos o
mesmo para o tíquete
refeição, que ficou em R$ 19,71 e ainda conseguimos aumentar o tíquete da
escolta para R$ 22,00.
E não para por aí.
Garantimos o descanso para quem sai do plantão e antigamente ia direto para
reciclagem, pela nova Convenção o Vigilante tem 11 horas de descanso garantido
entre o plantão e a reciclagem. Melhoramos o texto da reciclagem, agora a
empresa tem que pagar ANTECIPADAMENTE as despesas com alimentação, transporte e
certidões.
Garantimos uma ajuda de
custo para casos de desemprego, doença, falecimento, matrimônio, maternidade e
capacitação profissional custeado pelas empresas sem nenhum desconto
do trabalhador.
Mantivemos o triênio de
todos os trabalhadores atuais, alterando apenas para os contratados a partir de
1 de março, que ao invés do triênio vão receber R$ 12,50 a mais no
vale-alimentação todo mês, desde o momento da contratação, não precisando
esperar 3 anos para receber o benefício.
E agora o mais
importante de tudo, assinamos a Convenção Coletiva e com isso garantimos todos
os direitos dos trabalhadores Vigilantes, não deixando desamparada nossa
categoria, não deixamos a categoria à mercê dos empresários que poderiam
aproveitar a falta da Convenção para explorar ainda mais o trabalhador.
Esclarecendo que a
decisão de assinar e aceitar o reajuste de 5,4% e todas as outras propostas foi
decidido em assembléia, com auditório lotado em todos os Sindicatos, com ampla
divulgação por panfletagem, pelo site e pelas redes sociais. Pois quem decide a
negociação salarial é o trabalhador que participa e que vem às Assembléias.
ÚLTIMO ESCLARECIMENTO:
A cesta básica era proposta dos patrões
e seria dada apenas para aqueles que não faltassem. O QUE É ABSURDO, POIS NEM
FALTAS JUSTIFICADAS SERIAM ACEITAS.
A CESTA BÁSICA É UM PROJETO DOS PATRÕES,
PARA OBRIGAR O VIGILANTE A TRABALHAR DOENTE E TAMBÉM QUANDO ESTIVER SEM
SALÁRIO;
O plano de saúde seria pago metade pelos
Vigilantes e os dependentes seria pago totalmente pelo Vigilante. E PORQUE NÃO
ACEITAMOS?
PORQUE TERÍAMOS QUE ACEITAR 2% DE
REAJUSTE. OU SEJA, O VIGILANTE PAGARIA DO BOLSO TANTO O PLANO QUANTO A CESTA.
COMO SERIA? O PATRÃO IA TIRAR O REAJUSTE
DO PISO E DAR EM CESTA BÁSICA PARA QUEM NÃO FALTASSE E METADE DO PLANO DE
SAÚDE.
ENTÃO NAS ASSEMBLÉIAS OS VIGILANTES
FIZERAM A CONTA: CESTA E PLANO NÃO ENTRA NO CONTRA-CHEQUE, NÃO INCIDE 30% DE
PERICULOSIDADE, NÃO INCIDE NA APOSENTADORIA, NÃO INCIDE NO FGTS, NÃO INCIDE NAS
FÉRIAS, NÃO INCIDE NO 13º. DEPOIS DE FAZER AS CONTAS NÃO TEVE UM, NEM MESMO UM
VIGILANTE, QUE DEFENDESSE A CESTA ESCRAVIDÃO E O PLANO DA ONÇA.
QUEREMOS SALÁRIO E PLANO DE SAÚDE! NÃO
CORRENTES NOS NOSSOS PÉS!
FEDERAÇÃO DOS VIGILANTES
DO RJ; SINDVIGRIO; SINDICATO DOS VIGILANTES DE CAMPOS DOS GOYTACAZES E REGIÃO; SINDICATO
DOS VIGILANTES DE MACAÉ E REGIÃO; SINDICATO DOS VIGILANTES DE NOVA FRIBURGO E
REGIÃO SERRANA; SINDICATO DOS VIGILANTES DE NOVA IGUAÇU; SINDICATO DOS
VIGILANTES DE BELFORD ROXO E QUEIMADOS; SINDICATO DOS VIGILANTES DE ANGRA DOS
REIS E REGIÃO DA COSTA VERDE; SINDVERJ; SINDVALORES